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– Olha lá, quem vem lá.
– Quem?
– Alguém que parece não ter aonde ir.
– Mas se ele vem, já está indo para algum lugar.
– Mas nem todo mundo que vai a algum lugar, sabe exatamente aonde quer chegar.
– E se ele souber?
– Não sabe.
– Como sabe?
– Não sei. Sinto.
– E você, sabe para onde está indo?
– Não. E quem sabe?
– Eu sei.
– Mesmo? E para onde vai?
– Ao encontro do meu destino. Um futuro brilhante, uma carreira vitoriosa, família exemplar, muita alegria. Viagens inesquecíveis, comer nos melhores restaurantes, repousar nos melhores hotéis, apreciar as mais lindas paisagens.
– E por qual caminho vai chegar lá?
– Não importa. O que importa é chegar. E você? Que não sabe onde quer chegar, por qual caminho anda?
– Ando pelo caminho que me permite desfrutar de todos os prazeres que um dia você almeja ter. Tenho meu emprego que me fornece meu sustento, tenho minha esposa e filhos que estão sempre por perto, tenho a alegria de conversas como esta que temos agora. Já viajei a tantos lugares por meio de livros e prosas, já descansei debaixo de uma grande árvore e todo dia Deus me brinda com o nascer e por-do-sol, que a cada dia me parece mais maravilhoso.
– E aonde este caminho vai te levar?
– Não sei ao certo. Não me preocupo com o destino. Se o caminho pelo qual ando já me proporciona tantas alegrias, porque me preocupar com o ponto final?
– Não é apenas o ponto final. É também o seu legado, o que você deixa para o mundo. Como será lembrado. Deixar sua marca e enfim poder descansar. Terminar a viagem com a sensação de dever cumprido.
– Não me preocupo com estas coisas. Apenas penso no caminho, quais as melhores escolhas, por onde devo passar, quem irei encontrar, quantas vezes irei ver o mesmo por do sol e quantas vezes irei reconhecê-lo. Importo-me em aprender e em ensinar e também em fazer diferença na vida das pessoas. Não quero deixar uma marca para o mundo, mas, se eu fizer a diferença para quem eu menos esperar já me sinto feliz de ter passado por ali.
– E quando chegar ao fim do caminho? O que espera que digam de você? Não se importa com isto?
– Porque haveria de me importar? Nem sequer estarei lá para escutar.
– E nosso amigo que a esta altura já vai longe? Onde será que vai? Com o que será que se importa?
– Deve estar fazendo a diferença para a vida de alguém.
– Como sabe? Ou melhor, porque sente isto?
– Basta ver o passo cansado depois de um dia de trabalho, e ainda assim o sorriso no rosto que não esconde sua alma. Você viu a aliança em sua mão? Homem casado, e o embrulho colorido deve ser para sua criança. E aquele olhar que enxerga longe não vivencia só o agora, mas vê em cada folha que cai um grande sentido de divindade.
– Como viu isto tudo em tão pouco tempo?
– Não vi. Senti. Pois viver não se resume aos sentidos físicos, e sim, como eles se interagem com sua alma. E a alma, meu amigo, esta não se engana.